domingo, 3 de julho de 2011

SINTE/SC marca assembleia estadual para 4ª feira (6 de julho), em Florianópolis

O Comando Estadual de Greve, reunido neste domingo, marcou para 4ª feira - 6 de julho - assembleia estadual dos trabalhadores em Educação da rede pública estadual, em Florianópolis.
O local da assembleia será divulgado nas próximas horas.

Propostas da Audiência de 03 de julho com o Governador


1. Reitera os termos da proposta aos professores apresentada pelo Governo ao Sinte em 15 de junho de 2011.
2. Iniciará a recomposição da regência de classe nas seguintes bases:
A- passar a regência de classe de 25% para 30 % em agosto deste ano e para 40% em janeiro de 2012;
B- passar a regência de classe de 17% para 20% em agosto e para 25% em janeiro de 2012;
C- passar a gratificcação dos especialistas de 15% para 20% em agosto deste ano e para 25% em janeiro de 2012;
D- passar os percentuais vinculados ao pagamento das horas excedentes de 3%  (1,5 +1,5%) para 3,6% (1,8% + 1,8%) em agosto e para 5% (2,5% + 2,5%) em janeiro de 2012.
3. Solicita ao Sinte a indicação de 4 representantes para formar o grupo de trabalho definido na proposta aos professores, afim de iniciar seus trabalhos no dia 06 de julho próximo.

O RELATO DE UM PROFESSOR ACAMPADO

Caros colegas, mais um dia findou aqui no acampamento, vou tentar lhes transmitir um pouco dos fatos ocorridos, inicialmente quero lhes registrar que o acampamento tornou-se ponto de encontro dos companheiros professores, (aproveito para registrar também que as pessoas da cidade estão sendo de grande solidariedade conosco), após o meio dia tivemos pancadas de chuva cíclicas e um frio maroto.
Quando a noite caiu teve inicio uma chuva que não parou, mas a noite nos reservava 2 (duas) boas surpresas que vou socializar com vocês leitores, a primeira trazida por uma companheira que nos colocava a par da notícia que o governador havia marcado uma audiência com o comando de greve para as 17h de domingo (domingo? Será que ele acordou e foi iluminado? Ou se deu conta que a categoria não irá retroceder?).
A segunda foi a presença da Ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti (na minha opinião a segunda mulher mais representativa da política brasileira), quero registrar sua grande simplicidade que mesmo com chuva e frio deu-se ao trabalho de abrir um espaço em sua agenda (que ao contrário da agenda do governador Colombo é bem cheia), e veio nos dar seu apoio (e filar uma linguicinha com pão, que era o que tínhamos no momento para oferecer), foi grande o alvoroço entre os colegas, muitas fotos, pedidos de apoio que a ministra comovendo-se com a situação (que por muitas vezes também em seu passo foi vivenciada por ela) deu-nos o seu depoimento sobre a greve do magistério catarinense.
Este está disponível no link. http://www.youtube.com/watch?v=b7W98PXhovU
Também durante o dia para ocuparmos mais o tempo e a criatividade dos companheiros tratamos de produzir uma mensagem a todos os nossos colegas direto dos acampados, que já esta disponível no Youtube.
Acessem e deixe sua opinião ela é muito importante, nos mande suas paródias, textos, fotos que na medida do possível vamos publicando o material. Quero também agradecer os diversos e-mails de resposta que venho recebendo (to adorando mesmo).
Análise de Contexto, Conjuntura e Reflexos do Movimento do Magistério Catarinense
Percebe-se a contrariedade existente na dinâmica conflitante entre os elementos culturais e econômicos presentes no cenário estadual, que ecoam nos discursos dissonantes em relação a questão da educação e da economia, ao desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico.
O que está em cheque no momento não é somente a implantação do piso salarial e do plano de carreira, mas, a valorização da categoria do magistério, a consolidação das fundações estruturais e dos pontos ideológicas balizantes a educação pública de qualidade e consequentemente para a sociedade catarinense.
O movimento pela implantação do piso salarial na carreira está desvelando o sentimento de incapacidade que consumia muitos profissionais do magistério catarinense. A mobilização tirou os professores da sala de aula, da condição de passividade, de apatia e da inercial social, desencadeando movimento articulado e focado na busca da educação pública de qualidade para o estado.
A mobilização trouxe ao centro das discussões sobre educação pública questões que necessitam de reflexões pontuais e que transcendam o espaço dos muros da escola, novamente eclodiram atritos com a gestão das escolas públicas estaduais, que ainda permanecem reféns de políticas paternalistas e nepotistas, que impedem muitas vezes a legitimação da escola como territórios autônomos.
Lutamos para que a renascente identidade do magistério catarinense seja capaz cicatrizar as feridas históricas atenuadas pelo partidarismo e a politicagem na distribuição de cargos e direções, que são sem dúvida verdadeiros cabides de emprego e “tetas” nutridas com dinheiro público que beneficiam inúmeras pessoas, historicamente acabamos por constituir um Estado burocrático, ineficiente e corrupto.
O impacto do movimento do magistério catarinense em 2011 não poderá ser avaliado somente em uma análise das conquistas imediatas, mas, pela sua capacidade de assentar as fundações de um processo de aproximação da escola da verdadeira gestão democrática.
Precisaremos de análises criteriosas no que diz respeito aos avanços, mesmo que os ganhos financeiros sejam poucos (o que particularmente espero que não aconteça), percebo que muitos educadores passaram a entender melhor as leis, a questão política, sindical e social em que estamos inseridos (eu particularmente sim), espero que estes avanços nos ajudem a conquistarmos uma categoria mais unificada e concisa, capaz de colocar o bem comum em primeiro lugar, até mesmo acima de benefícios pessoais. Por muito tempo temos de dialogar sobre este movimento, escrever sobre seu contexto, pois sem duvida entrará para a história como o maior e mais articulado movimento de greve da história (mas está mesma certeza que me leva a acreditar que não será a última).
Estamos criando a identidade do magistério de Santa Catarina, não esqueçamos na história ou seremos lembrados como lutadores ou como covardes!
Professor César Luis Theis

Ministra Ideli visita acampamento dos professores

A ministra das Relações Institucionais,  Ideli Salvatti, visitou ontem o acampamento dos professores na  frente da Secretaria de Estado de Educação. Ela prestou solidariedade à greve e aos acampados, e  comunicou que já cobrou do Governador Colombo a necessidade de atender o pleito dos professores de SC para o retorno da normalidade do ano letivo.
Ideli  relembrou seus tempos de sindicalista e lanchou pão com linguiça oferecido pelos professores.

MADRUGADA INCANSÁVEL

Caros colegas professores não ta fácil. Choveu muito a noite e várias barracas alagaram. Foi muita chuva e vento. Mas a energia aqui é muito forte. Os professores aqui acampados estão todos motivados para que o governo apresente uma proposta que corresponda aos anseios da categoria. A noite é interminável, pensamos que com o fim da chuva as coisas pudessem melhorar aqui no acampamento. Contudo, veio o vento, meu Deus e que vento, várias rajadas de 70 a 80 km. Algumas barracas acabaram desabando e tivemos que acolher os nossos companheiros demais barracas. Ficamos amontoados todos, aquecendo o corpo uns dos outros. Não é à força do vento, e nem da chuva que irá nos tirar do acampamento da educação aqui de Florianópolis. Companheiros chamam uns pelos outros durante a madrugada, verificar como estavam. Estão todos bem, alguns com medo, mas com muita energia para o governo nos atender.”

Madrugada no acampamento dos professores em Florianópolis

Caros colegas professores não tá fácil. Choveu muito a noite e várias barracas alagaram. Foi muita chuva e vento. Mas a energia aqui é muito forte. Os professores aqui acampados estão todos motivados para que o governo apresente uma proposta que corresponda aos anseios da categoria. A noite é interminável, pensamos que com o fim da chuva as coisas pudessem melhorar aqui no acampamento. Contudo, veio o vento, meu Deus e que vento, várias rajadas de 70 a 80 km. Algumas barracas acabaram desabando e tivemos que acolher os nossos companheiros demais barracas. Ficamos amontoados todos, aquecendo o corpo uns dos outros. Não é à força do vento, e nem da chuva que irá nos tirar do acampamento da educação aqui de Florianópolis. Companheiros chamam uns pelos outros durante a madrugada, verificar como estavam. Estão todos bem, alguns com medo, mas com muita energia para o governo nos atender.
(professor João Gabril Rentel)