terça-feira, 17 de julho de 2012

FIESC quer criar escola "modelo" que sirva de referência para a educação pública


Em matéria publicada no Diário Catarinense, 17 de julho, no Informe Econômico, página 15, a má qualidade do ensino fundamental é mencionada pelo pesquisador da USP José Pastore em palestra promovida pela FIESC, como sendo o principal problema para a formação de mão de obra para o mercado de trabalho, influenciando diretamente no crescimento econômico brasileiro.

Respeitando a opinião do pesquisador, o SINTE/SC afirma que a melhoria na qualidade do ensino fundamental é luta histórica do sindicato e de todos os trabalhadores em educação. Mas não apenas com a visão do mercado, e sim pensando em formar cidadãos conscientes, críticos, com opiniões e que saibam qual seu papel na sociedade. A educação não pode ser vista somente como parte de uma sociedade capitalista e de consumo.

Sabe-se que em Santa Catarina pelo menos 1% da população é analfabeta ou analfabeta funcional, diante disso, hoje em dia, o empresariado comprometido percebe o despreparo dos profissionais que tiveram pouco estudo, ou que o mesmo foi deficiente em suas indústrias e empresas.

Contudo, o problema não pode ser considerado, ou até nem mesmo resolvido, como cita a matéria, dependendo somente de escolas e professores comprometidos, mas sim de investimentos na educação, estes que partem dos Governos.

O SINTE já vem denunciando a precariedade da educação, apontando os problemas com as escolas sucateadas, os baixos salários, ausência de profissionais em muitas escolas, a violência escolar (assédio moral) e principalmente a falta de gestão pública. Pensando em todas essas questões, que influenciam diretamente na qualidade da educação básica, a categoria entrou em greve, suspendeu a mesma e tenta negociar, porém, até hoje, o Governo não se dispõe a debater, nem tão pouco procurar soluções para aplicar as devidas melhorias na educação. Lutamos pela:
- Gestão Democrática nas escolas
- Valorização e formação dos profissionais da educação
- Mais financiamento para a educação
- Melhores condições nas escolas: infraestrutura, material didático, etc
- Melhores salários para o magistério, principalmente o pagamento do Piso Nacional.

Ainda assim, precisamos ler que, o segmento do empresariado, da indústria Catarinense, a FIESC, não satisfeita com a baixa escolaridade de seus trabalhadores, quer criar uma escola modelo de ensino fundamental para Florianópolis, esta que deverá servir de referência para as instituições públicas do Estado. Para o SINTE não é a FIESC que deve criar escolas, essa é uma obrigação constitucional dos governos Estaduais e Municipais.

Diante das afirmações da FIESC, o Governo do Estado deveria também se manifestar, pois o silêncio acaba referendando que segmentos corporativos queiram fazer da educação pública, um modelo o qual nunca deve ser seguido nem respeitado.