quarta-feira, 20 de julho de 2011

SINTE/SC reabre canal de negociação com o Governo

A coordenação estadual do SINTE/SC esteve reunida na tarde desta 3ª feira, 19, com o secretário Marco Tebaldi a fim de comunicar a suspensão da greve do magistério, apresentar o calendário de reposição de aulas – discutido pelo Comando de Greve – e reabrir negociação em torno da pauta do magistério. Estiveram presentes à reunião a coordenadora estadual do SINTE/SC, Alvete Bedin, a secretária geral do SINTE/SC, Anna Júlia Rodrigues, e os diretores do SINTE/SC Aldoir Kraemer, Luiz Carlos Vieira e Sandro Cifuentes, e as diretoras da SED Elizete Mello de Gestão de Pessoas e Gilda Mara Penha Marcondes,de Educação Básica.

O SINTE/SC informou ao secretário a suspensão da greve encaminhada pela assembleia estadual da categoria realizada no último 18 de julho, com a presença de cerca de quatro mil trabalhadores em Educação, no Centro de Eventos Centro Sul, em Florianópolis. Informou também que a assembleia deliberou por manter estado de greve nos próximos 120 dias, período este que acompanhará as medidas que serão efetivamente tomadas pelo Governo a fim de assegurar e evoluir nas negociações com a direção do Sindicato, visando o Piso na carreira, a reconstrução da tabela salarial – derrubada pelo PLC 0026/2011 –, e o compromisso de garantir a pauta social do magistério.


O secretário afirmou que estão mantidas as cláusulas sociais – remessa de projeto de lei à ALESC para anistia das faltas de paralisações posteriores a 2007; revisão da lei 456/2009 (Lei dos ACTs); revisão do decreto 3.593/2010 (Progressão Funcional); abono das faltas da greve atual mediante a apresentação do calendário de reposição, respeitando a autonomia das unidades escolares; realização de concurso de ingresso para a carreira do magistério em até 12 meses; o compromisso de aplicar o reajuste anual do valor Piso Salarial; e estudo de viabilidade para o aumento do vale-alimentação. Ele assumiu o compromisso de encaminhar ao SINTE/SC, por escrito, estas garantias.

Sobre a formação de uma comissão paritária – representantes da SED, da Administração, da Fazenda e da Procuradoria Geral do Estado – e diretores do SINTE/SC com o objetivo de avançar na pauta de reivindicação do magistério – principalmente a recomposição do Plano de Cargos e Salários e descompactação da tabela salarial com ênfase na aplicação do piso na carreira, o secretário Tebaldi disse que, por ele, esta válida a promessa feita anteriormente pelo Governador Colombo e mantidas as reuniões entre a equipe gestora do Governo e a direção do Sindicato. Mas ponderou que precisava conversar com o Governador antes de oficializar a Comissão, para então agendar a primeira reunião de estudo com os trabalhadores de Educação.

Quanto à reposição das aulas e a devolução dos descontos feitos na folha de junho, decorrentes dos 23 dias parados, Tebaldi informou que a SED precisará de três dias para rodar a folha suplementar com o pagamento dos descontos. O SINTE/SC adiantou que não admitirá qualquer punição contra os trabalhadores grevistas e que deve ser cumprido o prazo estabelecido no PLC aprovado pela ALESC para a devolução dos valores descontados.

O SINTE/SC afirmou seu compromisso com os alunos e população catarinenses de garantir a recuperação das aulas, prezando a qualidade do conteúdo, as horas e dias letivos – conforme deliberado e aprovado na assembleia estadual da última 2ª feira. O Sindicato reivindicou autonomia das unidades escolares para elaborarem calendários de recuperação das aulas, de acordo com a realidade e peculiaridade de cada escola. Ficou acertado que todos os profissionais do magistério realizarão a reposição nos mesmos períodos, sendo que os ATPs, AEs, Especialistas e professores readaptados e em atribuição de exercício não irão realizar a reposição no contraturno ou em dias e horários sem atividades com alunos na escola, com exceção dos dias de conselho de classe, reunião pedagógica ou outras atividades extraclasse. Nos casos de licenças ou atestados médicos os trabalhadores deverão negociar com a direção da escola a reposição deste período após o termino das licenças. Os casos isolados e exceções ao critério geral estabelecido serão analisados individualmente e a SED reafirmou que o ano letivo de 2011 encerrará em 30 de dezembro.

Sobre os trabalhadores das APAEs, mesmo não tendo nenhum desconto na folha de junho estes deverão realizar a reposição dos dias parados seguindo os critérios gerais estabelecidos pela SED, sob pena de descontos futuros. Como suas atividades possuem algumas especificidades que deverão ser tratadas diretamente com a FCEE, a Coordenação Estadual do SINTE/SC solicitará uma audiência com a presidência da referida entidade para negociar o calendário de reposição levando em conta as particularidades das atividades desenvolvidas nas APAEs e FCEE e orientamos que, por enquanto, estes profissionais utilizem o recesso de julho para iniciar a reposição.

Foi reiterada a preocupação do sindicato e dos trabalhadores em educação com a comunidade escolar e a qualidade da educação, e como sempre afirmamos durante a greve será feito um grande esforço para garantir a totalidade da reposição das aulas, evidenciado no fato de que 25.302 professores que participaram da greve já firmaram o compromisso de reporem as aulas. Faltam apenas cerca de 1% dos grevistas firmarem este compromisso, fato este ocasionado por diversos problemas e desencontros que estão sendo resolvidos caso a caso.

6 comentários:

  1. ola colegas do sindicato, gostaria muito que a entidade também reivindicasse junto ao GOVERNO a isenção do imposto de renda, não haveria necessidade de ser-nos descontados não? ganhamos menos que o pessoal da ALESConde muitos tem esse isenção, e ainda é uma critica sim! por que o sindicato não agiu logo para que não houvesse o desconto da assembléia em 2009, onde tivemos meio dia descontado e ainda perdemos a progressão, chega de muita passividade, há muita gente descontente SINTE.

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  2. Por que o sinte fez previsão de reajuste de 15% para janeiro 2012, se o ministro da educação já falou pessoalmente ao Colombo que os professores deverão ter reajuste de 22% em janeiro de 2012?

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  3. Criticar o Sinte agora não vai ajudar em nada, pois eles são a única ponte que temos com o governo neste momento. Na minha opinião o Sinte representou muito bem a classe nesta greve, e acredito q irão continuar lutando pelos nossos direitos. Por isso, precisamos ter paciência e aguardar os acontecimentos nestes próximos 120 dias de estado de greve. Se após este período a situação não apresentar algum avanço, aí sim podemos avaliar as ações do Sindicato e seus resultados que poderão positivos ou negativos. Infelizmente até agora no q diz respeito a tabela salarial os avanços foram parciais e também houve perdas, já que o governo concentrou o maior percentual de aumento no nível médio. Mas por outro lado, algumas reivindicações foram atendidas em relação a outras greves. Ou seja, foram reparadas algumas injustiças q sofreram os grevistas em movimentos anteriores. Mesmo assim, tenho esperanças de que a situação vai melhorar, pq agora os professores abriram os olhos, reconheceram o seu valor, ou melhor, estão se dando mais valor. Todos estão mais atentos para os problemas na área da educação que já existem há muito tempo, mas só agora a sociedade parece ter se dado conta da importância dos professores e de todo o descaso do governo para com esta classe. Diante de tudo isso, só me resta ter esperança e pedir a Deus q ilumine a todos, pois um país sem educação é um país sem identidade, q forma sujeitos sem a capacidade de pensar e de ter consciência do mundo a sua volta. Lutar pela educação, é lutar por uma sociedade mais justa, mais humana, e esse é o principal papel do EDUCADOR.
    S.M.

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  4. A legislação sobre Imposto de Renda é Federal e tem algumas regras específicas sobre isenção, inclusive os aposentados por invalidez, que é o caso dos aposentados para a ALESC

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  5. Como esta dito, o indice de reajuste é uma previsão, pois vai ser calculado de acordo com o total arrecadado até o final deste ano. Como ainda estamos no meio do ano não podemos ter um número agora e por isso trabalhamos com 15%, que é um número mais real hoje, pois se trabalharmos com 22% e este índice não se confirmar, seremos muito cobrados por isso.
    Optamos por trabalhar com um % mais real no momento, de acordo com as previsões do MEC, da CNTE e de outras entidades nacionais ligadas a Educação.

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  6. qual o mês estabelecido pelo mec, sobre o aumento do piso salarial anual.

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