Em matéria publicada no Diário
Catarinense, 17 de julho, no Informe Econômico, página 15, a má qualidade do ensino
fundamental é mencionada pelo pesquisador da USP José Pastore em palestra
promovida pela FIESC, como sendo o principal problema para a formação de mão de
obra para o mercado de trabalho, influenciando diretamente no crescimento
econômico brasileiro.
Respeitando a opinião do pesquisador, o
SINTE/SC afirma que a melhoria na qualidade do ensino fundamental é luta
histórica do sindicato e de todos os trabalhadores em educação. Mas não apenas
com a visão do mercado, e sim pensando em formar cidadãos conscientes,
críticos, com opiniões e que saibam qual seu papel na sociedade. A educação não pode ser vista somente como parte de uma sociedade capitalista e de consumo.
Sabe-se que em Santa Catarina pelo menos
1% da população é analfabeta ou analfabeta funcional, diante disso, hoje em
dia, o empresariado comprometido percebe o despreparo dos profissionais que
tiveram pouco estudo, ou que o mesmo foi deficiente em suas indústrias e
empresas.
Contudo, o problema não pode ser
considerado, ou até nem mesmo resolvido, como cita a matéria, dependendo
somente de escolas e professores comprometidos, mas sim de investimentos na
educação, estes que partem dos Governos.
O SINTE já vem denunciando a precariedade da educação, apontando os problemas com as escolas sucateadas, os baixos salários, ausência de profissionais em muitas escolas, a violência escolar (assédio moral) e principalmente a falta de gestão pública. Pensando em todas essas questões, que
influenciam diretamente na qualidade da educação básica, a categoria entrou em
greve, suspendeu a mesma e tenta negociar, porém, até hoje, o Governo não se
dispõe a debater, nem tão pouco procurar soluções para aplicar as devidas
melhorias na educação. Lutamos pela:
- Gestão Democrática nas escolas
- Valorização e formação dos
profissionais da educação
- Mais financiamento para a educação
- Melhores condições nas escolas:
infraestrutura, material didático, etc
- Melhores salários para o magistério,
principalmente o pagamento do Piso Nacional.
Ainda assim, precisamos ler que, o
segmento do empresariado, da indústria Catarinense, a FIESC, não satisfeita com
a baixa escolaridade de seus trabalhadores, quer criar uma escola modelo de
ensino fundamental para Florianópolis, esta que deverá servir de referência
para as instituições públicas do Estado. Para o SINTE não é a FIESC que deve
criar escolas, essa é uma obrigação constitucional dos governos Estaduais e
Municipais.
Diante das afirmações da FIESC, o
Governo do Estado deveria também se manifestar, pois o silêncio acaba
referendando que segmentos corporativos queiram fazer da educação pública, um
modelo o qual nunca deve ser seguido nem respeitado.
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