O Ato Público Macro Regional que deveria acontecer
na Praça Tancredo Neves, na tarde de hoje, em Florianópolis, tomou outras
proporções. Decididos a conseguir uma audiência com o Governo, o magistério
reuniu cerca de 1000 pessoas vindas de várias regionais, lotaram nove ônibus,
além de mais três disponibilizados pelo SINTE estadual, cinco vans e carros
particulares, e partiram em direção ao Centro Administrativo do Estado.
A grande caravana chegou ao local motivada,
gritando palavras de ordem, apitando e protestando contra o não cumprimento da
Lei do Piso Nacional, e da dívida do Governo com a classe dos trabalhadores em
educação. Do carro de som, músicas e falas dos líderes sindicais incentivavam
ainda mais a categoria.
Percebendo a continuidade da negativa do poder
público em atender a categoria, abaixo de chuva, munidos de faixas, cartazes e
lonas, os professores fecharam a rodovia SC 401 nos dois sentidos por mais de
30 minutos, causando um grande engarrafamento, para serem vistos, lembrados,
respeitados.
Outra forma de protesto encontrada pelos grevistas
foi o acorrentamento de vários professores a um pilar do centro administrativo,
a ideia do manifesto é mostrar que mesmo sendo privados do direito a receber o
reajuste do piso e de não serem nem mesmo ouvidos, a categoria continua na
luta. Ao serem desacorrentados mais uma vez reiteraram que a classe se mantém
em greve e que nem as correntes do autoritarismo vão acabar com o movimento.
Enquanto isso o Comando de Greve aguardava na porta
fechada do centro administrativo, uma possibilidade de ser atendido pelo
Estado, o que não aconteceu. Uma assessora da Secretaria de Comunicação do
Estado abriu a porta para o comando, e recebeu das mãos da Coordenadora
Estadual do SINTE Alvete Bedin, um ofício solicitando audiência com o
Governador Raimundo Colombo. Depois de esperar por mais de 15 minutos veio a
resposta: "O Governador não atenderá a categoria enquanto houver
greve".
O comando mais uma vez tentou argumentar, afirmando
que a classe quer negociar, que terá uma assembleia estadual no próximo dia 08,
e que a categoria quer uma nova proposta, contudo, a truculência e
intransigência por parte do Governador e Secretário Eduardo Deschamps foram
mantidas e mais uma vez os professores não foram atendidos.
Ao final do ato, os sindicalistas afirmaram que ao
contrário do que o Governo diz, há sim, greve no Estado de Santa Catarina. E
que a partir de agora o movimento deve se fortalecer, com um trabalho ainda
mais intenso de construção da greve das regionais junto as suas cidades.
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